10 diciembre, 2019

Vamos contar ao mundo sobre o Brasil?

https://theintercept.com/2019/10/19/sergio-moro-policia-federal-lava-jato/?utm_source=The+Intercept+Brasil+Newsletter&utm_campaign=c2b79673da-AUTOMATION_GLENN&utm_medium=email&utm_term=0_96fc3bd6d5-c2b79673da-134629745

Em 2016, em meio à grave crise política que tomou conta do Brasil, produzimos uma série de artigos para o Intercept. Os textos tiveram uma repercussão incrível e nossas caixas de entrada ficaram literalmente cheias com agradecimentos, apoios e pedidos para continuarmos escrevendo sobre o Brasil. Esse processo deixou extremamente claro que havia aqui uma fome imensa por um jornalismo autônomo, feroz e de grande impacto. E foi assim, seguindo os princípios que estabelecemos para o site americano quando foi criado em 2014, que decidimos lançar o Intercept Brasil.

Na ocasião, listei os três objetivos que queríamos perseguir com a criação do TIB: fornecer uma plataforma para que jornalistas e escritores brasileiros pudessem tratar de questões políticas, econômicas e sociais de maneira independente, ajudá-los a contar ao mundo o que estava acontecendo no país e trazer as notícias internacionais do Intercept para a audiência lusófona.

Esses objetivos continuam atuais. Há grande expectativa em todo o mundo sobre o que acontece hoje no Brasil. A crise institucional que abalou o país parece não ter fim e as eleições, que poderiam apaziguar os ânimos, resultaram em um governo que cria ainda mais instabilidade. É neste cenário que o jornalismo investigativo com liberdade editorial pode fazer a diferença.

No entanto, não basta disposição para contar boas histórias, é preciso uma estrutura robusta que garanta as melhores condições de trabalho para os jornalistas, a qualidade que a audiência merece e também o amplo alcance do que é produzido.

ex-juiz Sergio Moro não somente conspirou com os procuradores e comandou a força-tarefa da Lava Jato, conforme revelado pelo Intercept, mas também, desde o começo da operação, capitaneou operações da Polícia Federal. Chats de grupos da Lava Jato no Telegram indicam que o atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro inclusive ordenou busca e apreensão na casa de suspeitos sem provocação do Ministério Público (o que é irregular).
“Russo deferiu uma busca que não foi pedida por ninguém…hahahah. Kkkkk”, escreveu Luciano Flores, delegado da PF alocado na Lava Jato, em fevereiro de 2016, no grupo Amigo Secreto — se referindo a Moro pelo apelido usado pelos procuradores e delegados. “Como assim?!”, respondeu Renata Rodrigues, outra delegada da PF trabalhando na Lava Jato. O delegado Flores, em resposta, avisou ao grupo: “Normal… deixa quieto…Vou ajeitar…kkkk”.

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