Quarta feira, 27 de junho de 2011, um dia para ficar na memória de todos que lutam pelos Direitos Humanos no país. Carlos Alberto Brilhante Ustra, assassino e torturador foi julgado pela tortura e morte de Luiz Eduardo Merlino, militante do Partido Operário Comunista, em 1971.
Hoje, foram ouvidas as testemunhas de acusação e uma nova data será marcada para as testemunhas de defesa (a maioria, senão todas, por carta precatória, covardes que não tem coragem sequer de defender seu comparsa). Dentre os defensores do Coronel torturador estão José Sarney e Jarbas Passarinho.
Na frente do Fórum João Mendes, dezenas de pessoas. Ativistas devárias partes do país e de vários grupos políticos e coletivos ligados am ovimentos sociais cantando palavras de ordem, protestando e se emocionando.
Cerca de 250 pessoas tomaram a porta do Fórum, entre elas representantes de entidades como a central sindical CSP-Conlutas, organização de esquerda LER-QI, Grupo Tortura Nunca Mais, Fórum Permanente de Ex-presos Políticos de São Paulo, Comitê Brasileiro Pela Justiça, coletivo político QUEM, Sindicato de Trabalhadores da USP (Sintusp), PCR (Partido Comunista Revolucionário), Tribunal Popular, União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP), Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (Anel), Federação do Movimento Estudantil de História (FEMEH), Comissão Brasileira Justiça e Paz e grupos feministas
Um primeiro dia que transcorreu com rapidez, com as testemunhas sendo ouvidas em pouco mais de uma hora.
Foram ouvidos Otacílio Cecchini, Eleonora Menicucci de Oliveira e Leane de Almeida, ex-militantes do POC (Partido Operário Comunista), o ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos Paulo de Tarso Vannuchi e o historiador e escritor Joel Rufino dos Santos e Laurindo Junqueira Filho.
Várias pessoas foram proibidas de entrar no tribunal sob diversas alegações, inclusive ex-presos-políticos interessados em acompanhar de perto o destino de um dos piores carrascos da Ditadura contra a qual lutaram e frente a qual caíram, sem nunca, porém, capitular
Ustra foi comandante do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operação de Defesa Interna) do 2º Exército, em São Paulo. Ele já foi condenado em primeira instância e declarado torturador em uma ação movida pela família do jornalista em 2007. No ano seguinte, por 2 votos a 1, os desembargadores acataram o recurso dos advogados de Ustra e extinguiram o processo.
Essa segunda ação se refere a danos morais e foi movida pela irmã de Merlino, Regina Merlino Dias de Almeida, e pela ex-companheira do jornalista, Angela Mendes de Almeida.
O Grupo Tortura Nunca mais esteve presente no ato, além de ex-presos políticos como Criméia Almeida, Alípio Freire e Ivan Seixas, dentre outros.
Ustra, como bom covarde, não deu as caras. Fora de sua posição de poder, com cacetetes e oficiais à sua disposição e uma sala de tortura equipada, Ustra é apenas mais um militar covarde, acuado, um pária frente a história.
No em frente ao Fórum não faltaram palavras de ordem exigindo a revogação da Lei da Anistia para torturadores, para todos que cometeram crimes contra a humanidade, sejam civis ou militares (Alípio Freire, em vídeo reproduzido ao fim da postagem deixa clara a participação não só de militares no golpe, mas de civis, que apoiaram de forma entusiasmada o regime), e cantaram em repúdio a Dilma, que nem como ministra de Lula, nem como presidente se moveu para abrir os arquivos.
A mídia, como não poderia deixar de ser, mente descaradamente. Enquanto a Folha surpreende citando "centenas de pessoas", O Globo fala em 30. As 2 da tarde talvez, mas as 3:30 éramos mais de 150. A melhor definição foi a dada pela RBA:
Não era uma multidão – uma turba, diriam os militares –, mas foi numeroso o protesto promovido em frente ao Fórum João Mendes, no centro de São Paulo, durante audiência para ouvir testemunhas da acusação contra o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra.
Vale à pena ler matéria da Rede Brasil Atual sobre o ato, com depoimentos das testemunhas de acusação.
Mais fotos no Flickr.
Recomendo fortemente os vídeos 5 e 8. No primeiro, Alípio Freire explica comdetalhes o significado da Ditadura e seus agentes, tanto civis quanto militares e, no segundo vídeo, Lucio França, do Grupo Tortura Nunca Mais, que conseguiu entrar no julgamento, dá um resumo do que aconteceu.
Vídeos:
Vídeos no link:
http://www.tsavkko.com.br/2011/07/brilhante-ustra-no-banco-dos-reus.html
saudações,
Raphael Tsavkko Garcia
Blog do Tsavkko - The Angry Brazilian
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